quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O nome do gang

No caminho do trabalho parei por uns segundos no transito e apercebi -me de uma senhora com uns 70 anos de aspecto estrangeiro (gosto sempre de dizer estrangeiro, soa a palavras do antigamente quando ainda não se sabia bem para onde foi aquele familiar que não escreve à 1 ano). A senhora tinha um papel na mão e parecia estar a tentar capturar a atenção de alguém, mas sem sucesso. As pessoas que por ali passavam tal como eu estavam atrasadas e a tentar recuperar os minutos que faltavam para as nove. Ela tentou falar com outra senhora que vinha mais devagar que os restantes, mas sem sorte, pareceu-me que não se entenderam.

A senhora era de certeza estrangeira, olhei com mais atenção e reparei no baton vermelho Chanel e no lenço Hérmés meio debotado que trazia à cabeça, foi sem dúvida uma jovem muito elegante no seu tempo. Mas hoje isso não lhe estava a servir de muito infelizmente.

A esta altura apeteceu-me parar o carro e correr para perto dela para lhe perguntar se podia fazer alguma coisa para a ajudar. Ainda não tenho nenhum lenço Hermés nem uso baton vermelho Chanel, mas um dia poderei ser Aquela senhora a precisar de ajuda.

Entretanto lembrei-me que a reforma que terei na altura provavelmente me vai matar à fome antes da loucura chegar. Aparentemente a média de reforma em Portugal é de 590€, e a média de despesa mensais é de 621€, ou seja, vou andar sempre com 31€ negativos. Já me estou a ver com os restantes reformados, organizados em gangs a assaltar na praia de carcavelos, vamos chamar-nos os "arrastadeiras" em vez de arrastão. Pronto já está, já tenho nome para o meu futuro gang!

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