quarta-feira, 29 de outubro de 2008

..I still think of you..

Ontem a noite deitei-me e depois de ler um pouco tive aquela sensação de ouvir barulho... estava com medo. Pensei cá para mim...que disparate!!! Uma mulher adulta com medo de barulhos que não existem. Ainda por cima ja tinha trancado as janelas todas, e a porta, de maneira que estava mais que segura, mas senti-me assustada na mesma. Lembrei-me da ultima vez que me senti assim, e fiquei triste.

Em Dezembro do ano passado vivi com os meus filhos e uma amiga um episódio daqueles que se vê nos filmes, ou então no programa da Oprah Winfrey. Infelizamente desde então ela está em coma e não sei se vai acordar.

Durante algum tempo perguntei a mim mesma o que poderia ter feito para evitar este desfecho,achei que podia ter feito algo para que as coisas fossem diferentes. Pensei que era culpada de ter posto os meus filhos naquelas circunstâncias. Imaginei como teria sido tudo se eu lá não estivesse, talvez aquele fosse só mais um sábado de compras no mercado. Durante alguns dias andei assustada com o barulho, as sombras e qualquer coisa que me lembrasse do olhar de louco que na cara daquele homem. É preciso estar-se muito desiquilibrado para fazer uma coisa daquelas. Estou zangada com a situação, mas o passado não se pode mudar...

Ontem não consegui lembrar-me da última vez que tinha pensado na Kirsty, senti-me culpada porque a minha vida contínua, o tempo já começou a apagar algumas memórias daquele dia. A Kirsty está no hospital, sem que nada mude para ela, e a perder tanta coisa. Como sou capaz de continuar a sorrir?? Como posso passar um dia sem pensar na Kisrty?? Sinto -me egoista..

Continuo porque tive sorte, tive muita sorte!! Os meus filhos estão vivos e saudáveis. Quero lembrar-me mais vezes, quero tirar algo de bom deste filme. Quero fazer as coisas que gosto e as coisas que a Kirsty gosta por mim e por ela. Cada copo de vinho tinto , cada prato de caril, cada música do Bob Marley, cada rosa de plástico (daquelas super kitsch), e cada ramo de flores na minha vida serão por ela, para ela. Quem me dera poder faze-la sentir isso, viver estas coisas.

Não sei se a vou ver sorrir mais alguma vez, e tenho pena de não lhe ter dito mais vezes o quanto a admiro. Agora não lhe posso dizer, por isso penso e escolho acreditar que ela me ouve.

Lots of love to K

Sem comentários: